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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Entre mis brazos: 1º capítulo:



Era um dia lindo, o sol brilhava no céu e as nuvens pareciam algodões de tão brancas e fofas. Eu tinha quatro anos e corria pelo parquinho perto de minha casa. Vestia uma fantasia de princesa, Bela Adormecida, para ser mais específica, corria sem parar em direção ao meu pai. Sentia os quentes raios de sol sob minha pele e olhava para meu pai, que a essa altura, se encontrava há poucos metros de mim. De canto, podia ver meu irmão jogando futebol com os meninos de minha rua. Derick era o melhor entre todos, e eu me sentia orgulhosa em ser sua irmã. Minha mãe não se encontrava no momento, pois havia saído com uma de suas amigas. Por fim corri mais rápido e me joguei em direção aos braços de meu pai, que me agarrou e girou comigo em seu colo, eu sorria para ele e ele sorria de volta. De repente seu sorriso congelou e seu rosto ficou duro, rígido, de pronto me assustei e ele me pôs no chão, olhei para frente e vi dois homens armados encarando meu pai, um deles olhou em minha direção, me assustei e me escondi atrás das pernas de meu pai. O mais alto sussurrou algo e meu pai se virou para mim, pegou minha mão e saímos correndo. Ouvi um barulho alto, mas não quis virar de medo e continuei a correr. Senti que meu pai já não me acompanhava mais, resolvi, então, olhar para trás, e o vi ali, caído na grama. Fui ao seu encontro e depositei minhas pequeninas mãos em seu rosto.
Annie: Papai acorda, agora não é hora de dormir – falei calmamente e não obtive resposta, fiquei ali por um bom tempo, esperando que ele abrisse os olhos.
De pronto eu me via em meio a uma multidão, minha fantasia de princesa fora trocada por um vestido preto e meu cenário de conto de fadas fora substituído por um lugar chuvoso, com um caixão no meio. Olhei para minha mãe que chorava abraçada ao meu irmão. Procurei por meu pai em todo lugar, mas só via pessoas chorando, algumas abraçadas, todas vestindo roupas pretas. Resolvi olhar para o caixão e vi meu pai deitado nele, não entendia nada e ninguém me explicava tampouco, olhei de volta para minha mãe e indaguei:
Annie: Mamãe..
Marichelo – Ela voltou seus olhos para mim – o que foi? – falou segurando as lágrimas que insistiam em cair.
Annie: Por que o papai tá ali deitado? – falei apontando para o caixão – ele não vai acordar? – perguntei inocentemente
Derick: Porque ele morreu Anahi, MORREU – gritou esta última, me deixando assustada.
Marichelo: Derick! – repreendeu-o por sua atitude e se abaixou até ficar da minha altura – Annie – pausou, parecia estar procurando as palavras certas para explicar a uma criança de quatro anos que seu pai havia falecido – O papai virou um anjo agora e está lá no céu cuidando da gente
Annie – A olhei um pouco confusa – Mas ele não vai mais voltar?
Marichelo – Não minha filha – e me puxou para seus braços.
Naquele momento senti que meu mundo desabava e as lágrimas caiam de meus olhos, me soltei de seu abraço e corri em direção ao caixão.
Annie: Papai não me deixa, eu quero ir junto contigo, não me deixa – falava já soluçando e chorando abraçada ao caixão.
Acordei num impulso com o barulho do despertador. Desliguei o mesmo e fechei os olhos, novamente tinha sonhado, ou melhor, relembrado em meu sonho o pior dia de minha vida, a morte de meu pai.

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